MANUAL DAS
PSEUDOCIÊNCIAS
Manual das Pseudociências surge a partir de experiências que combinam diferentes processos, confrontando o desenho manual, a animação digital e o videomapping. A obra evoca um jogo de alternâncias; aparecimentos e desaparecimentos; transparências e opacidades; afirmações e negações; produzindo associações que revisitam as noções clássicas de natureza, corpo, organismo, vida e ecossistema. A obra resgata também a memória da enciclopédia iluminista, com seus contrastes assinalados por luzes e sombras da razão. Invento, na evocação dessa memória, uma lógica outra que contradiz o método científico como enunciador de verdade na contemporaneidade, jogando com os signos que legitimam a enciclopédia enquanto dispositivo de organização desse conhecimento.
Um campo ampliado entre objetos e imagens composto por projeções que atuam como extensões dos livros fixados na parede. As imagens são apresentadas em repetição, como os “gifs” usualmente encontrados nas redes sociais. O efeito oferece ao trabalho uma pulsação incômoda e ao mesmo tempo atrativa. Esse conjunto de informações aparentemente confuso, tem o desenho como fio condutor, que oferece unidade ao trabalho e nos oferece o acesso a esse conhecimento que está para além dos livros.
Rafael Domingos Oliveira, Jared Domício, Ué Prazeres.
Verbete crítico escrito para a obra Manual das Pseudociências - 73 Salão de
Abril, Fortaleza, 2022
